sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Seção Resenha de Livros: O PRISIONEIRO DA MONTANHA

Olá.
Aqui é o Rafael novamente, com mais uma Seção Resenha de Livros, trazendo mais informações a respeito de obras disponíveis na Biblioteca Pública Municipal Theobaldo Paim Borges, de Vacaria, RS.
Na última resenha, escrevi a respeito do escritor gaúcho Fidélis Dalcin Barbosa (1915 – 1997) – ex-padre, pesquisador, prosador.
Pois, meio que resolvi fazer um resgate, através deste blog, de sua obra literária. Fidélis Barbosa andava meio esquecido pelos próprios conterrâneos, então esta pequena iniciativa destina-se a, pelo menos, tornar esse escritor conhecido das novas gerações, e relembrado pelos mais velhos. Se seus livros porventura voltarem a ser procurados, maiores são as chances de serem republicados.
Hoje, então, vou falar de um de seus primeiros livros publicados: O PRISIONEIRO DA MONTANHA. Uma novela juvenil inteiramente sul-brasileira.
O PRISIONEIRO DA MONTANHA foi publicado originalmente em 1961. Foi um dos primeiros livros de Fidélis Barbosa. Oficialmente, seu primeiro livro foi o livro de contos Semblantes de Pioneiros, também de 1961, seguindo, ainda no mesmo ano, pelo também livro de contos O Primeiro Beijo. Sim: foram três livros publicados em 1961.
O PRISIONEIRO DA MONTANHA teve sua primeira edição pela Editora Flamboyant, de São Paulo. A tiragem inicial, de seis mil cópias, esgotou-se em poucos meses, devido às boas críticas recebidas na época. As edições seguintes chegaram a dez mil exemplares, depois três, depois dois mil exemplares. A sétima edição saiu pelas Edições Loyola, de São Paulo, com três mil exemplares. E, a partir da oitava edição, o livro passou a sair pela editora EST, de Porto Alegre, RS. A capa acima é justamente da oitava edição, lançada em 1997, pela EST.
Com 80 páginas (sem contar capa), e estruturado em 27 capítulos, O PRISIONEIRO DA MONTANHA é um romance infanto-juvenil de fácil leitura e compreensão da ação da história, que é praticamente uma recriação do clássico Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, no cenário da fronteira do Rio Grande do Sul com Santa Catarina – em vez de ilha, temos as montanhas da região da Serra.
Com elementos de típico folhetim televisivo, sob medida para cinema e televisão – com final feliz e tudo – O PRISIONEIRO DA MONTANHA é ambientado nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A intenção do autor é levar ao leitor, com descrições riquíssimas, as belezas da região dos Aparados da Serra, a grande cadeia de montanhas e cânions existentes na fronteira dos dois estados sulinos. Até hoje, os Aparados são um importante ponto de turismo ecológico do Rio Grande do Sul – a região pode ser acessada através dos municípios de Cambará do Sul e São José dos Ausentes.
Fazia pouco tempo que o Parque Ecológico dos Aparados da Serra havia sido criado – em 1959, para ser mais exato – quando Fidélis Barbosa escreveu o romance, que incorpora, além do cenário idílico, elementos e aspectos descritivos da imigração italiana no sul brasileiro, e sua forte afeição ao trabalho, lutando contra adversidades. Há também elementos que ele usa largamente nos livros seguintes, como uma descrição dos índios do sul, e seus conflitos com os imigrantes europeus que instalaram-se na região – entre eles, no que diz respeito às suas concepções de trabalho. Isso tudo ajuda a caracterizar melhor o herói da trama, Pedro Uliana, que narra em primeira pessoa as suas aventuras.
A história começa em 1902, no Sudeste Catarinense, e vai até 1919, em um trajeto que, antes de passar pelos Aparados da Serra, passa pela cidade de Tubarão, em Santa Catarina.
Pedro Uliana é filho de imigrantes italianos de Nova Treviso, região de Urussanga, no Sudeste catarinense. Ainda jovem, ele começa a incorporar o espírito aventureiro, ao tomar parte nas expedições bugreiras, de caça aos índios hostis – os botocudos e caigangues, ou “bugres” – que invadiam, assaltavam propriedades rurais e, não raro, faziam vítimas fatais. A família de Pedro fora vítima de uma incursão de “bugres”, logo no início do livro, que por pouco não vitimou suas irmãs.
Durante essas expedições, Pedro toma gosto pela vida de aventuras pela floresta, mas não dura muito tempo: o pai de Pedro resolve mandar o filho para estudar em Tubarão, na esperança de vê-lo se tornar “doutor”. A princípio, Pedro fica contrariado, mas, com o tempo, se afeiçoa aos estudos no Colégio São José das Irmãs da Divina Providência. Lê romances célebres com gosto, sendo seu preferido o Robinson Crusoé de Defoe.
E, mais que isso: arranja uma namorada na cidade. Ele, que trabalhava em um armazém para pagar a pensão, apaixona-se por Maria Helena, filha do tabelião local – logo, uma moça de condição social superior. Mas o rapaz é correspondido em sua paixão, e a moça, apesar de muito disputada pelos rapazes locais, declara a Pedro que nunca casaria com outro rapaz a não ser ele. E, como prova de amor, Pedro promete trazer a Maria Helena – que gostava de ouvir as narrativas de Pedro a respeito de sua vida de aventureiro – uma pele de onça caçada por ele.
O sofrimento de Pedro começa por causa de um rival, Hélio, que também disputava a atenção de Maria Helena. Durante uma festa na vila, ocorre um crime, e Pedro, por conta das maquinações de Hélio, acaba acusado, apesar de ser inocente, e preso. Mas consegue fugir, graças a um dos guardas da prisão, que conhecia sua fama de gente de bem. E foge de Tubarão, de volta a Nova Treviso, mas apenas brevemente, para rever a família: Pedro resolve se refugiar no mato, temendo a perseguição da polícia. E sua andança para se esconder chega até a fronteira do Rio Grande do Sul, na região dos Aparados.
Pedro refugia-se no ponto mais alto dos Aparados – o monte do Realengo. Ali, em meio à esfuziante paisagem natural, encontra abrigo em um galpão abandonado, um refúgio para os criadores de gado. Aliás, perto dele estão algumas cabeças de gado, esquecidas por um criador de gado dos arredores. Porém, uma forte tormenta cai, naquela noite, na região, e uma enxurrada acaba cortando o acesso de Pedro para a base da montanha. O rapaz se vê, de repente, preso no monte, junto com as cabeças de gado. Isolado do restante do mundo, como Robinson Crusoé. E, por consequência, precisa prover sua sobrevivência no local, sujeito a chuva, nevoeiros, feras. Mas ele acaba se saindo bem.
Reunindo seus conhecimentos de mato quando foi bugreiro, Pedro, de início, provém seu sustento através da caça de aves da região e de água de um manancial ali próximo. Em princípio, sem armas, mas, depois, consegue fazer para si um arco e algumas flechas. Com um único grão de milho, achado em seu paletó, Pedro consegue fazer uma plantação que complementa preciosamente sua dieta – mas a espera pela safra é penosa. O pior é a falta de sal para temperar a carne de caça.
Um dia, ele presencia uma luta entre um dos touros que ficou preso com ele, e uma onça – popularmente conhecida como “tigre” no Rio Grande do Sul. O touro acaba levando a melhor – e Pedro aproveita a pele da onça morta para fazer roupas para si. Depois, cria os filhotinhos abandonados da onça. Depois que crescem, os “tigres” criados em cercado acabam sacrificados. Um deles fornece a pele prometida para a amada Maria Helena – que, assim como a família do rapaz, não sai dos pensamentos de Pedro.
Ali, na montanha, isolado do mundo, Pedro provém sua vida da melhor maneira, por tentativa e erro: aumenta seu abrigo, construindo uma casinha e um forno com tijolos fabricados por ele mesmo; cria animais – incluindo o gado que ficou preso com ele na montanha, que lhe fornece leite, com o qual consegue fazer até queijo; faz utensílios de cozinha com barro e madeira; conta o tempo através de marcações em pedaços de madeira; cozinha pães e até bolos com o milho que cresce em sua “propriedade”; faz orações para uma Nossa Senhora de madeira que ele mesmo esculpe em madeira – e, como bom imigrante italiano religioso, agradece a essa imagem pela maioria de seus sucessos. Vive, desse modo, como um Robinson Crusoé gaúcho, tendo apenas o trabalho e a paisagem idílica como forma de se entreter.
E, mesmo no início do século XX, de uma forma geral, não havia mesmo muita opção para uma pessoa se entreter no Rio Grande do Sul rural, já que os primeiros aparelhos de som – toca-discos, gramofones e aparelhos de rádio – não haviam sido popularizados, que dizer da existência, na época, de televisão e computadores, crianças.
Até que, um dia, Pedro começa a ter sonhos frequentes com um estancieiro gaúcho, que revela ao rapaz a existência de um tesouro escondido ali próximo. O sonho o incomoda bastante, até que ele decide ir ao local indicado pelo sonho. E acaba encontrando, perto da fonte de água, uma fortuna em ouro, provavelmente escondida durante uma das guerras ocorridas no Rio Grande. Tudo o que restará a Pedro, agora, é arranjar um jeito de descer o monte, abandonar seu pequeno paraíso e os animais que fizeram-lhe companhia todo esse tempo. É penoso, mas o momento lhes é favorável.
Conseguirá Pedro sair da montanha? Conseguirá ele rever sua família? E Maria Helena, terá ela se casado ou ainda estará esperando pelo amado?
A narrativa de Fidélis Barbosa é meio arrastada no início, como que a preocupação do autor fosse a de não perder muito tempo e ir logo para o clímax. Por isso, a impressão de que os capítulos iniciais da saga de Pedro, bem como a parte passada em Tubarão, passam muito rápido, antes do leitor poder assimilar os acontecimentos. O grosso da narrativa concentra-se na vida de Pedro na montanha, onde os acontecimentos são fortemente detalhados e minuciosamente descritos, com um bom domínio do suspense. Não há de se esperar mais do final que um final feliz, mas não hei de adiantar aqui o que acontece.
O estilo narrativo, com relação ao que temos hoje, parece antiquado, com as descrições preciosistas e o didatismo – Fidélis Barbosa/Pedro Uliana se preocupou, inclusive, a explicar pequenos detalhes da história, como os costumes dos “bugres”, a origem do nome da cidade de Tubarão e as técnicas artesanais de fabricação de queijo e de fermento para pão. Devemos lembrar que o livro foi escrito nos anos 1960, e as regras de literatura da época eram diferentes das de hoje. Mas O PRISIONEIRO DA MONTANHA vale um estudo. Vale uma lida. Vale como um primeiro contato com os “clássicos”.
E vale ainda uma adaptação para o cinema, ou para a televisão. A narrativa, apesar de previsível, é sob medida para a mídia visual. E uma boa propaganda para a promoção da região dos Aparados da Serra.
E, como Fidélis Barbosa também era professor, o livro ainda inclui um roteiro de trabalho – perguntas para os alunos do Ensino Fundamental a respeito do livro, ao melhor estilo dos suplementos de trabalho dos livros das editoras Ática e Moderna – e um glossário, de termos regionalistas do sul brasileiro, visando ao público de outras regiões do Brasil, se é que o livro também chegou a alcançar outras regiões do país. Na contracapa, ainda tem fotos da região dos Aparados.
É mais fácil procurar O PRISIONEIRO DA MONTANHA em sebos e bibliotecas. Na Biblioteca Pública Theobaldo Paim Borges, por exemplo, há exemplares deste livro.
Não venha com a desculpa de que a poeira de livros velhos te dá alergia, criança: leia mais livros de papel.

Esta resenha é uma versão, com alterações, da resenha publicada no blog Estúdio Rafelipe (https://estudiorafelipe.blogspot.com.br/), meu blog pessoal.
Em breve, um novo livro. Enquanto isso, visitem a Biblioteca!

Até mais!

Música

Dois Croatas e um sonho: musica classica e rock´n´roll:



Fígaro, o Barbeiro de Sevilha


Música clássica

Um bom amante de filmes não pode deixar de ter apreciação concernente a trilha sonora. Pessoalmente a musica clássica se encaixa desde obras-primas da película bem como vários desenhos animados antigos que instigaram nossa imaginação e fantasia. Mozart, Aria da Rainha da Noite, de A Flauta Mágica, com a grande Soprano Diana Damrau:
Ainda sobre Saint-Exupéry: https://pt.wikipedia.org/wiki/Antoine_de_Saint-Exup%C3%A9ry
Resultado de imagem para antoine de saint-exupéry

"O amor não consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos para a mesma direção." Antoine de Saint-Exupéry, autor de muitos livros, entre eles, O Pequeno Príncipe.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Feira do Livro de Vacaria 2016 - entrevista com o Patrono CELSO SISTO

1.             Sabemos que suas obras de literatura infanto-juvenil no Brasil tem excelente receptividade. A partir de sua experiência como escritor, como aumentar o número de leitores dessa área?
Nossa! São tantas coisas que podem ser feitas! Feira do Livro, com preparação prévia, trabalho continuado, projetos de leitura são sempre um coroamento para o trabalho. Mas isso só funciona mesmo em longo prazo. Acredito que o trabalho de formação do leitor envolve o poder público (as escolas), a Biblioteca Pública e as famílias. Envolver os pais nas atividades de promoção de leitura é garantir também uma relação afetuosa para a leitura... “Pais que contam e leem para seus filhos, filhos que contam e leem para seus pais”. Isso poderia ser um lindo projeto. Já vi acontecer em vários lugares! Não ficar centrado só na leitura de livros. A leitura envolve tudo: teatro, música, dança, artes visuais, ópera, circo, cinema, vídeo, etc. Associar as propostas de leitura literária com outras linguagens artísticas também são um caminho promissor. Fazer “rodas de leitura”, discussão de um texto curto, na hora, discussão de um filme... ah, são tantas coisas. Mas é preciso pensar com carinho no leitor, para que ele tenha opção de escolhas também: essa coisa de uma única leitura obrigatória (por bimestre, quase sempre) na escola é ruim. É preciso apresentar um “leque” de opções pensando na diversidade dos alunos...


2.             Como você se tornou escritor e um contador de histórias tão cativante?
Me tornei primeiro um contador de histórias: foi a formação em teatro que me levou a ser um contador de histórias (mas na minha família as minhas avós são grandes exemplos... a
convivência com elas, na casa delas, com os primos, a infância cheia de aventuras e as histórias de vida delas também foram sempre inspiradoras).
Comecei a escrever pensando nos meus alunos. Eu era professor de literatura de crianças do jardim de infância à 4ª série, numa escola no Rio de Janeiro. E foi para esses alunos, que comecei a escrever as minhas primeiras histórias: para contar para eles, na Biblioteca da Escola. Depois disso, não parei mais de escrever. Um dia, estava eu num evento para professores contando histórias e um editor me viu, veio conversar comigo, soube que eu tinha uns textos guardados, pediu para ler e foi assim que saiu o meu primeiro livro “Ver de ver meu pai”, ilustrado pelo Roger Mello e publicado pela editora Nova Fronteira.

3.             Como você constrói o contexto para suas histórias e de que modo surgem os personagens?
As histórias nascem da vida ao redor. E da vida que a gente guarda na memória também. Às vezes surgem de uma reportagem que vejo na TV e que fica martelando na minha cabeça. Às vezes, a letra de uma música me faz escrever uma história. Às vezes um fato que aconteceu comigo lá na infância é o ponto de partida da história. Mas também preciso dizer que não tenho nenhum compromisso com o que aconteceu de verdade comigo, isto é, muita coisa não aconteceu mesmo e eu invento! O mais importante pra mim é esse exercício da linguagem e da fantasia. A maneira como vou escrever e o quê de novo meu texto vai trazer. Os personagens nascem de observar gente que conheço, ou de imagina alguém ideal para viver aquela história que estou contanto. Não é necessariamente alguém que exista de verdade. Pode ser a mistura de muita gente. Ou pode ser totalmente inventado. É assim pra mim...

4.             Das obras que escreveu, tem alguma que é sua favorita? Por quê?

Ah... difícil dizer isso! Tenho várias favoritas. “Ver de ver meu pai”, que foi o primeiro. “Mãe África”, que nasceu de uma longa pesquisa no universo das histórias africanas, e que me fez conhecer e mergulhar cada vez mais fundo nessas historias populares. O livro “Diáfana”, que me deu 2 prêmios importantes (o prêmio Açorianos de 2011 de Livro do Ano e o Prêmio Açorianos de 2011 de Melhor Livro Infantil)...São tantos... Se eu ficar pensando, cada um dos 81 que já publiquei será importante por um motivo!

5.             Que orientações daria para quem quisesse ser contador de histórias?
Ler muito. Ler sempre. E começar a treinar: contar para os amigos, contar histórias para a família, contar histórias para os menores... Enfim... Ficar atento nas reações das pessoas para perceber o que funciona, o que agrada a que tipo de público, prestar atenção como você pode melhorar cada vez mais o seu jeito de comunicar-se com o público, o seu jeito de comunicar uma história... E não ter vergonha, não ter medo. Aliás, quanto mais a gente faz algo, mais a gente fica à vontade e vai perdendo a vergonha... Mas preste atenção numa coisa importantíssima: só conte aquelas histórias que mexerem com a sua emoção de verdade. Se uma história não te provoca nada, você também não poderá provocar, com ela, a emoção dos outros.

Celso Sisto

Porto Alegre, 03 de outubro de 2016.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Seção Resenha de Livros: PRISIONEIRO DOS BUGRES

APRESENTAÇÃO DO NOVO COLABORADOR
Olá.
Meu nome é Rafael Grasel, frequentador da Biblioteca Pública Theobaldo Paim Borges, de Vacaria, RS; membro da ABT – Associação Amigos da Biblioteca Pública Theobaldo Paim Borges; funcionário do Museu Municipal de Vacaria. E há oito anos, edito o blog Estúdio Rafelipe (https://estudiorafelipe.blogspot.com.br/), e mantenho outros três blogs de tiras de HQ, o Blog da Letícia (https://leticiaquadrinhos.blogspot.com.br/), o Blog dos Bitifrendis (https://bitifrendisblog.blogspot.com.br/) e o Blog do Teixeirão (https://naestanciadoteixeirao.blogspot.com.br/). Bem, para começar, é o currículo básico do novo colaborador.
Quem conhece o Estúdio Rafelipe, sabe que uma de suas atrações é a resenha de livros, conhecidos e desconhecidos. E é nessa qualidade que irei, de hoje em diante, colaborar o blog da Biblioteca Pública de Vacaria: resenhando títulos, e fazendo também referências à vida e obra de seus autores – com prioridade, é claro, para os livros que estão disponíveis na Biblioteca. A ideia é que, depois de lerem as resenhas, os leitores deste blog possam procurar pelos títulos referidos.
Com isso, encerro minha apresentação. Obrigado por hora.

INTRODUÇÃO
E agora, para começar a seção de resenhas, vou falar de um livro que a maioria dos brasileiros nunca deve ter ouvido falar, já que seu autor tem sua vida e obra praticamente limitadas ao Rio Grande do Sul. Outrora, este autor tinha algum reconhecimento a nível local; hoje, quase 20 anos depois de seu passamento, ele já está praticamente apagado da memória geral. Sua obra interessa, a julgar pelas referências presentes na internet, a alguns poucos interessados. Como este que vos escreve.
Bão. O livro de hoje se chama PRISIONEIROS DOS BUGRES, e seu autor se chama Fidélis Dalcin Barbosa.

FREI FIDÉLIS
Fidélis Dalcin Barbosa (1915 – 1997) foi praticamente um estudioso completo. Em vida, publicou mais de 60 livros, de gêneros variados: romances, contos, crônicas, história, teologia (ele também foi padre). Mas sua fama literária praticamente ficou limitada à região serrana do Rio Grande do Sul. Sua obra é conhecida dos leitores mais velhos de cidades como Vacaria, Lagoa Vermelha e Caxias do Sul, todas no Rio Grande do Sul.
Nascido em Montenegro, RS, em 14 de dezembro de 1915, Fidélis Dalcin Barbosa fez seus estudos principais nas escolas dos Padres Capuchinhos. Ele começou a gostar de literatura aos 14 anos, quando, ainda no Seminário Seráfico São José, de Veranópolis, RS, ele leu a poética introdução do romance Iracema, de José de Alencar. Exerceu o ministério sacerdotal durante mais de 30 anos, mas foi dispensado dos votos religiosos em 1971, casando-se com Carmelina Camatti. Professor e jornalista, Frei Fidélis, como alguns ainda o conheciam, iniciou suas atividades na Faculdade de Ciências Econômicas do Colégio Gonzaga, em Pelotas, RS. Lecionou depois em Caxias do Sul, em Portugal, em Lagoa Vermelha e em Canela. Foi vice-diretor e secretário durante 18 anos do antigo Ginásio Duque de Caxias, de Lagoa Vermelha. Lecionou na escola estadual Danton Correia da Silva, na Escola Técnica de Comércio e no Ginásio Maria Imaculada, todas de Canela, RS. Posteriormente, lecionou na Escola Normal Rainha da Paz e na Escola Estadual “Lagoa Vermelha”, de Lagoa Vermelha. Como jornalista, foi redator de vários jornais e revistas no Brasil e em Portugal. Foi correspondente e colaborador, entre outros periódicos, dos jornais Correio do Povo e Correio Riograndense. Faleceu em Lagoa Vermelha, RS, em 10 de junho de 1997, vítima de enfarte.
(Fonte: http://www.projetopassofundo.com.br/principal.php?modulo=pessoa&detalhe=S&descricao=P&pes_codigo=254&pes_nome=Fid%C3%A9lis%20Dalcin%20Barbosa, com inserções de artigo publicado no jornal Correio Vacariense, Ano XXII, no. 1170, Vacaria, 14 de junho de 1997).
Seus livros já chegaram a 300 edições, com média de até 5 mil exemplares cada uma. Embora Fidélis Barbosa almejasse se candidatar à Academia Brasileira de Letras, ele achava que seria sempre “um escritor medíocre, do gosto popular”, um “modesto escritor autodidata”.
Seus primeiros livros são de 1961: os livros de contos Semblantes de Pioneiros e O Primeiro Beijo e a novela O Prisioneiro da Montanha. Em vários de seus livros, Fidélis Barbosa tem por tema preferencial a história do Rio Grande do Sul e de sua religião. Entre relatos históricos simples (histórias de municípios e de congregações religiosas), biografias (principalmente de santos) e romances relatando fatos reais, Fidélis Barbosa sempre demonstrou preocupação com a história local – e, como professor, com o didatismo das informações que passou à posteridade. A cidade de Vacaria, RS, inclusive, foi tema de dois importantes livros historiográficos escritos por ele: Vacaria dos Pinhais (1978), o mais completo relato da história do município de então (e fonte até hoje para os historiadores locais), e A Diocese de Vacaria (1984), a história das ordens religiosas da região dos Campos de Cima da Serra. Ele também já escreveu sobre as histórias dos municípios de Antônio Prado (Antônio Prado e sua História, 1980), Lagoa Vermelha (Nova História de Lagoa Vermelha, 1981, e Lagoa Vermelha e sua História, 1982), Ibiaçá (Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá, 1986), Caseiros (Caseiros, 1989) e até de uma cidade do estado do Paraná (Realeza – PR – 20 anos de História, 1983), entre outros. E também do Rio Grande do Sul, de modo geral (História do Rio Grande do Sul, 1976; Os Fanáticos de Jacobina: os Muckers, 1976).
Dentre seus romances, destacam-se ainda: O Prisioneiro da Montanha (1961), Prisioneiros do Abismo (1962), Prisioneiros de Vila Velha (1964), Prisioneiros do Campo – A epopeia dos trigais de Passo Fundo (1965), Prisioneiros dos Bugres (1966), Campos dos Bugres: a vida nos primórdios da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul (1975) e Luís Bugre: o Indígena Diante dos Imigrantes Alemães (1977). No currículo, ele tem os seguintes livros de contos: os já citados Semblantes de Pioneiros e O Primeiro Beijo (ambos de 1961), O Rapaz que Não Fumava (1962), A Rebelião das Águas (1963), Anjos Prisioneiros (1964), Eu Fui um Marginal (1984), O Filho do Baby Doll (1992) e Tesouro Escondido no Campo (1995).
Mas a parte mais conhecida de sua obra é mesmo seus relatos biográficos, sendo os mais lembrados: A Mais Bela Miss (1962) e Rainha da Beleza (também de 1962), ambos sobre a vida da veneranda espanhola Maria Tereza González Quevedo; O Anjo de Cinzano (1962), sobre a vida de Luís Comolo, companheiro de São João Bosco; A Coloninha (1969), sobre a vida da então beata Madre Paulina, futura primeira santa brasileira; Uma Estrela no Céu (1969), sobre Maria Elizabeth de Oliveira, a menina santa de Passo Fundo, RS (este é o livro mais vendido do autor); Eu Morri Mas Continuo Cantando (1996), sobre a experiência de quase morte da cantora regionalista gaúcha Olívia Osório (1947 – 2011), que co-escreveu o relato; e o autobiográfico 80 Anos de Amor ao Trabalho (1996).

NOS TEMPOS DOS ÍNDIOS HOSTIS
Bom. Para falar sobre Fidélis Barbosa, escolhi o romance PRISIONEIROS DOS BUGRES, publicado em 1966 pela editora Lar Católico, de Juiz de Fora, MG. Há motivos para supor o porquê deste romance nunca ter ganho, apesar das qualidades altamente literárias, novas edições posteriores. Talvez o mais forte seja o retrato do autor em relação aos indígenas.
Bem. PRISIONEIROS DOS BUGRES relata, na forma de romance, um episódio real ocorrido no Rio Grande do Sul. Um caso tão fantástico que parece ficção – mas o autor, apoiado em fontes, jura que o episódio foi real. Um relato que ele ouvia na infância em Montenegro. Que havia sido resgatado, antes, por um padre – o Monsenhor Matias José Gensweit, que a escreveu em livro, As Vítimas do Bugre, em alemão, mas com uma edição traduzida para o português.
O caso aconteceu em 1868, na região de São Vendelino, localizada próxima a Montenegro, Carlos Barbosa e Farroupilha, na região de Caxias do Sul, RS. A narrativa chega inclusive na região onde se fundou a cidade de Caxias do Sul, então chamada de Campos dos Bugres.
Os bugres eram a denominação, hoje considerada pejorativa, para os índios da etnia caigangue, que habitavam a região dos Campos de Cima da Serra. Nômades, vivendo basicamente da caça, da pesca, da coleta de frutas e do consumo de pinhões, os caigangues, também conhecidos como coroados, devido ao característico corte de cabelo, viviam, no século XIX, em conflito constante com os homens brancos que ameaçavam seu território – em especial com os imigrantes de origem europeia, que vieram se instalar no Vale dos Sinos e nos Campos de Cima da Serra. Eram comuns, no século XIX, os saques promovidos pelos índios às propriedades rurais de colonos.
A cidade de Vacaria teve um caso parecido ao narrado no romance: no episódio conhecido como “O Último Assalto dos Coroados”, ocorrido em setembro de 1851, na localidade do Turvo, antes pertencente à então vila de Vacaria, hoje pertencente ao distrito de André da Rocha, município de Lagoa Vermelha, um grupo de índios caigangues assaltou a propriedade do fazendeiro João Mariano Pimentel, enquanto este estava ausente, matou cinco pessoas a flechadas e raptou seis dos sete filhos de sua família. A esposa de João Pimentel, Bárbara, por pouco não pereceu ao ataque. Pouco depois, foram organizadas duas expedições para resgatar os prisioneiros – a segunda foi bem-sucedida, contando com a ajuda do Cacique Doble, chefe de uma tribo de indígenas inimigos dos “bugres” (e que hoje batiza uma cidade do Rio Grande do Sul). As vítimas, felizmente, foram resgatadas vivas, mas muitos índios acabaram morrendo no ataque final, ocorrido quatro meses depois do assalto. Tal episódio inclusive foi recontado por Fidélis Barbosa em um capítulo do livro Vacaria dos Pinhais.
Em São Vendelino não foi diferente – ou foi, levando em conta o desfecho do caso. Em janeiro de 1868, os “bugres” ameaçaram e capturaram a família de um imigrante alemão estabelecido na região.
Lamberto Versteg, descendente de nobres europeus – os Condes de von Ameringen – era casado com Valfrida Bloon e tinha dois filhos: Jacó Lamberto e Lucila, ambos nascidos ainda na Europa. Por volta de 1858, Lamberto e sua família migram para o Brasil, e se estabelecem na região de São Vendelino, onde constroem uma próspera propriedade à custa de muito sacrifício. Porém, em 1868, ocorre a tragédia.
O grande vilão da história é Luís Bugre, um índio criado entre brancos, mas de má índole: negociando tanto com brancos quanto com índios, é definido como um “velhaco e traidor”. É esse índio que não apenas inicia a desgraça da família Versteg como a prolonga ao longo da história.
Foi Luís Bugre quem, aproveitando a ausência de Lamberto da propriedade – ele fora visitar um amigo na região de São Sebastião do Caí, em 13 de janeiro de 1868 – levou os “bugres” para lá, e enganando Valfrida. Os índios assaltam a propriedade, matam os animais, incendeiam a casa e raptam Valfrida e os filhos – na ocasião, Jacó tem 13 anos, e Lucila, 11.
Ao chegar na propriedade e ver a devastação provocada, Lamberto entra em desespero e pede ajuda. São organizadas duas expedições para tentar encontrar os “bugres” e resgatar a família do imigrante, que, ao que tudo indica, ainda estavam vivos. Mas essas duas expedições não tem sucesso. Em uma delas, o grupo de expedicionários enfrenta uma onça; e, na segunda, um bando de porcos-do-mato, e, apesar dos prejuízos e dos ferimentos, abatem 700 animais. Mas essa segunda expedição acaba fracassando, por conta da traição de Luís Bugre, que estava orientando os expedicionários. Desgostoso com a perda da família, Lamberto vende o que lhe restou e deixa a região.
Enquanto isso, Valfrida e os filhos sofrem na tribo dos “bugres”. As tentativas de fuga são constantes, mas fracassadas; por estarem em região desconhecida, os sofrimentos são imensos: ferimentos provocados pela longa marcha, mosquitos, ter de ver a vaca da família, que fora levada também, ser morta e devorada em uma festividade da tribo, presenciar uma guerra entre tribos. Até certo ponto, os índios tratam bem os prisioneiros – a intenção de Luís Bugre seria pedir um resgate. Valfrida fica, com os filhos, em uma oca reservada às mulheres e viúvas, sob a proteção da velha índia Ceji, uma das únicas que poderiam impedir que a família fosse morta de imediato.
Mas o tempo passa, e as esperanças de um resgate praticamente vão se esvaindo. O velhaco Luís Bugre vai frustrando as tentativas de Valfrida de fugir. Para piorar, os índios migram para o norte, levando consigo os prisioneiros – uma de suas regiões de pouso é a atual região de Caxias do Sul. E, quando Ceji morre, e o chefe da tribo muda, os índios começam a ser mais hostis aos prisioneiros. Mas, enquanto isso, Lucila e Jacó acabam se incorporando, aos poucos, à vida na tribo. Jacó, inclusive, aprende a caçar e a pescar junto com os outros indiozinhos, e cogitou-se que ele seria o futuro sucessor do chefe da tribo.
E a história ganha contornos ainda mais trágicos: Valfrida, após ser denunciada por Luís Bugre em sua última tentativa de fuga, acaba chacinada pelos índios. Lucila acaba se tornando escrava do novo chefe e, posteriormente, desaparece – cogita-se que teve o mesmo fim da mãe. Mas Jacó consegue escapar, depois de uma fuga alucinada – e é resgatado por uma família de fazendeiros. Jacó Versteg é o único sobrevivente da trágica história. Reencontra o pai anos depois, no vale dos Sinos, próximo a Porto Alegre; casa-se, constitui família, propriedade, e vem a falecer aos 80 anos, em 1935. Seu túmulo, até onde sei, ainda está em Desvio Blauth, localidade hoje pertencente a Farroupilha, RS. Mas Luís Bugre, apesar de ter tido, posteriormente, uma morte trágica, nunca pagou, em vida, pelo que fez. Inclusive, Fidélis Barbosa chegou a escrever um livro exclusivamente a respeito do bandido (o já citado Luís Bugre: o Indígena diante dos Imigrantes Alemães, 1977).
Talvez o maior mérito literário de PRISIONEIROS DOS BUGRES seja a forma como ele relata a história. A narrativa é praticamente linear, cronológica, descrições detalhadas e preciosistas dos episódios, cheias de adjetivos, momentos de suspense e pura tensão. Mas a linguagem é de fácil compreensão, e os episódios são fáceis de visualizar. Fidélis Barbosa vulgariza (no bom sentido) uma história que, sob outro escritor de sua época, certamente teria uma linguagem mais rebuscada e menos acessível ao leitor em geral. Enquanto lê, o leitor vai torcendo para que haja um final feliz para as vítimas – mas acaba, claro, frustrado. Fica indignado com o bandido Luís Bugre. Fica indignado com os índios – até haveria uma razão de ser para o tratamento que eles dão aos brancos prisioneiros, mas Fidélis Barbosa os descreve como verdadeiros bárbaros, mais próximos da natureza que do homem: com hábitos violentos, principalmente nas caçadas aos animais – não poupam sequer os filhotes – não costumam guardar provisões para períodos de carestia, não plantam ou colhem, preferem a vida nômade, sem pensar no amanhã, com algum desprezo pela vida. Um contraponto a ideologia dos brancos imigrantes, estes sim previdentes, pensando no amanhã.
Bem, mas levemos em conta também a época em que o livro foi escrito. A causa indígena não tinha muita força. Hoje em dia, os grupos defensores dos direitos humanos repudiariam o livro, por retratar o índio como um vilão. Mas, se por um lado a nossa atual literatura indigenista retrata o índio como vítima, eis um exemplo de índio como algoz – eles não iriam aceitar passivamente a tomada das terras que lhes garantiram alimento por gerações. Os raptos, no século XIX, seriam uma forma de vingança contra os brancos. E, bem, hoje, praticamente, o processo de “pacificação” dos índios está completo. Para ter seus direitos garantidos, eles, de certa forma, ainda precisam contar com a solidariedade dos brancos sensíveis à sua causa.
O romance ainda tem epílogo do então Diretor do Departamento Municipal de Turismo de Caxias do Sul, Mário Gardelin. E, na contracapa, fotos dos familiares descendentes de Jacó Versteg.
O livro tem formato praticamente de bolso (13 x 18 cm), 168 páginas.
Merecia ser reeditado, apesar de tudo – e talvez adaptado para o cinema. É só alguém se interessar pela história. Por esta exceção à “História Oficial” dos índios riograndenses.

E, com isso, encerro, por hoje, a resenha. Esta postagem é um excerto de resenha anteriormente publicada no blog Estúdio Rafelipe.
Em breve – a periodicidade pode ser de uma a duas vezes por semana, isso ainda será decidido – teremos nova resenha de livro. O título acima está disponível na Biblioteca Pública Theobaldo Paim Borges.
Visitem nossa biblioteca!

E até mais!

domingo, 2 de outubro de 2016

Espaço infantil

A Biblioteca Pública Municipal Theobaldo Paim Borges oferece espaço para leitura infantil, com cadeiras e mesas próprias para crianças. Visite-nos…

Projeto “Leia, empreste, devolva"

No mês de julho de 2016, foi retomado o Projeto “Leia, empreste, devolva” nos dois principais pontos de ônibus de Vacaria, localizados na Rua Borges de Medeiros, ao lado do Hospital Nossa Senhora da Oliveira. Este projeto tem por objetivo disponibilizar leitura às pessoas enquanto esperam o ônibus. Elas podem levar livros para casa, emprestar para outras pessoas, e devolver no ponto de ônibus ou na Biblioteca Pública Municipal Theobaldo Paim Borges.





Histórico

A Biblioteca Pública de Vacaria foi criada em 1941 e inaugurada em 20 de março de 1943, na rua Borges de Medeiros, nº 758; inaugurada de acordo com as instruções oficiais do Instituto Nacional do Livro, pelo então prefeito Major Dorneles Filho, com a presença de autoridades civis, militares, eclesiásticas especialmente convidadas e comunidade, abrilhantada pela Banda Municipal da cidade. Inicialmente com a denominação de Biblioteca Aberta, contava com aproximadamente hum mil (1000) volumes, vários periódicos e divisão de leituras para adultos e crianças. A Biblioteca possuía a sala “Coelho de Souza” destinada às crianças, a sala “Machado de Assis”, “Olavo Bilac” e “Coelho Neto”. Existia um parque infantil de recreio e pavilhão de Cultura, também um pavilhão de cultura física anexa à Biblioteca.
Através da Lei nº 796 de 2 de maio de 19725 , sancionada pelo então Prefeito Municipal Octacilio Rech, a Biblioteca Pública Municipal de Vacaria torna-se uma Instituição subordinada à Secretaria Municipal de Educação, denominada atualmente como SMED; instituição democrática de educação, cultura, informação e recreação, a serviço de todos, gratuitamente, sem distinção de raça, nacionalidade, idade, sexo, credo, situação política e social, tendo por fim: a) oferecer a adultos e crianças a possibilidade de acompanharem o ritmo de sua época bem como os progressos realizados nos campos das ciências, letras e artes; b) proporcionar facilidades de leitura para os alunos das escolas municipais, estaduais e particulares; c) cooperar com os planos de alfabetização funcional e educação contínua de adolescentes e adultos.
A Biblioteca Pública Municipal de Vacaria está registrada no Instituto Nacional do Livro sob o nº 444 e no Instituto Estadual do Livro sob o nº 46.
De 1973 a 1983 a biblioteca contava com cerca de sete mil duzentos e oitenta e quatro (7.284) volumes, que iam sendo atualizados conforme a necessidade. Nesta época funcionava na rua Dr. Flores, nº 57 e ficou neste endereço até o início do ano 2006 . Em meados dos anos 2000 passou a oferecer seus serviços na rua Ramiro Barcelos, 876, permanecendo neste endereço até anos finais de 2000.
A Biblioteca Municipal Theobaldo Paim Borges, fora nomeada através de eleição realizada pela Secretaria Municipal de Educação no ano de 2001. No mesmo ano fora registrado o Regimento Interno da Biblioteca Pública, o qual vigora até os dias atuais