domingo, 29 de maio de 2022

Livros de Kurt Vonnegut

Piano Mecânico:

Em um futuro não muito distante, pós uma nem tão distópica Terceira Guerra Mundial, as máquinas finalmente venceram. Quase tudo foi automatizado e logo a sociedade se dividiu sob um novo sistema de estratificação não mais baseado em dinheiro, mas sim em inteligência. De acordo com seu QI e capacidade intelectual, os indivíduos são classificados e registrados em um cartão perfurado e sua posição social ― um destino de glória ou esquecimento ― só pode ser definida a partir da análise desses dados.

Do lado dos privilegiados ― engenheiros e gerentes ― o doutor Paul Proteus leva uma vida confortável no alto escalão das Indústrias Illium, o maquinário que controla toda a vida da cidade homônima. Sua casa confortável, o prestígio entre os pares, a esposa atenciosa e dentro dos padrões: absolutamente tudo está em seu devido lugar e a ordem impera. A visita inesperada do inquieto e inconformado Ed Finnerty, um ex-colega de trabalho, promove um abalo sísmico em Paul e suas consequências, a princípio restritas à psique, logo se transformam em uma ameaça não apenas ao seu estilo de vida, mas ao de toda a estrutura que o cerca.

Quando atravessa o rio que divide a cidade e suas castas, Paul vê com os próprios olhos como é a vida de quem foi excluído do sistema. Mais do que uma crítica à automação e ao progresso desenfreado das tecnologias, Piano mecânico é um livro sobre o desconforto inerente que toda estrutura social causa ao homem moderno. Escrito logo após a publicação de 1984, livro pelo qual Vonnegut admitiu ter sido fortemente influenciado, a obra compartilha com Orwell a ansiedade do pós-guerra e o medo de que, em tempos de paz, as nações venham a se submeter a níveis potencialmente paranoicos de controle social.

Matadouro Cinco: 

O humor e estilo únicos e originais de Kurt Vonnegut o fizeram um dos escritores mais importantes da literatura norte-americana. Sarcástico, ele foi capaz de escrever sobre a brutal destruição da cidade de Dresden, na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial — sem apelar para descrições sensacionalistas. Em vez disso, criou uma história imaginativa, muitas vezes engraçada e quase psicodélica, estrategicamente situada entre uma introdução e um epílogo autobiográficos.

Assim como Billy Pilgrim, o protagonista de Matadouro-Cinco, Vonnegut testemunhou como prisioneiro de guerra, em 1945, a morte de milhares de civis, a maior parte deles por queimaduras e asfixia, no bombardeio que destruiu a cidade alemã. Billy tinha sido capturado e destacado para fazer suplementos vitamínicos em um depósito de carnes subterrâneo, onde os prisioneiros se refugiaram do ataque dos Aliados. Salvo pelo trabalho, depois de ter visto toda sorte de mortes e crueldades arbitrárias e absurdas, Billy volta à vida de consumo norte-americana e relata sua pacata biografia, intercalando sua trajetória aparentemente comum com episódios fantásticos de viagens no tempo e no espaço.

Ao capturar o espírito de seu tempo e a imaginação de uma geração — afinal, o livro foi publicado originalmente em 1969, em plena guerra do Vietnã e de intensos protestos e movimentos culturais —, o livro logo virou um fenômeno e sua história e estrutura inovadoras se tornaram metáforas para uma nova era que se aproximava. Ao combinar uma escrita cotidiana, ficção científica, piadas e filosofia, o autor também falou das banalidades da cultura do consumismo, da maldade humana e da nossa capacidade de nos acostumarmos com tudo. Qualquer semelhança com a atualidade não é mera coincidência.


Kurt Vonnegut nasceu em Indianápolis em 1922. Estudou nas universidades de Chicago e do Tennessee e mais tarde começou a escrever contos para revistas. Seu primeiro romance, Piano mecânico, foi publicado em 1951 e desde então ele escreveu muitos outros, entre eles: As sereias de Titã (1959), Mother Night (1961), Cama de gato (1963), God Bless You Mr Rosewater (1964), Welcome to the Monkey House; uma coletânea de contos (1968), Café-da-manhã dos campeões (1973), Slapstick, or Lonesome No More (1976), Jailbird (1979), Deadeye Dick (1982), Galapagos (1985), Bluebeard (1988) e Hocus Pocus (1990).

Fonte: Editora Intrínseca

sábado, 28 de maio de 2022

Suíte Tóquio - Giovana Madalosso


É uma manhã qualquer quando Maju atravessa a praça ao lado de Cora. Puxando a garota pelo braço, ela passa sorrateiramente pelo exército branco, sobe a avenida, pega um ônibus e desaparece. Exército branco foi o nome que Fernanda, mãe de Cora, deu às babás que todos os dias lotam a praça daquele bairro de classe alta com as crianças de seus patrões. Nos últimos tempos, no entanto, a babá e a filha parecem tão anônimas para Fernanda quanto as outras. Afundada numa crise pessoal, ela demora a perceber que Maju e Cora sumiram sem dar notícias. Ao longo do dia, tudo vai desabando. De um lado, Fernanda lida com o fracasso de seu casamento. Apaixonada por uma diretora com quem trabalhou num projeto cinematográfico, ela deixa a relação com o marido definhar. Quer distância de Cacá, mas conforme os primeiros telefonemas aflitos para a babá vão se transformando em desespero, se vê de novo afundando naquele universo. Enquanto isso, Maju vai até a rodoviária e desaparece num ônibus com Cora. Em meio a motéis imundos e paradas insólitas, põe em ação seu plano, que imediatamente sai do controle. Neste romance pé na estrada, Giovana Madalosso coloca para girar, com força e fluidez, a vida dessas personagens que parecem eternamente em busca — de ternura, redenção, sexo, qualquer coisa que possa movê-las de onde estão. O sequestro de Cora abala as engrenagens do passado e do presente, do desejo e do ressentimento, e a procura desesperada que se segue é também um doloroso acerto de contas com a vida e as expectativas que construímos. Suíte Tóquio é um romance vertiginoso e tragicômico que fala daquele lugar tênue entre o que as pessoas querem ser e o que de fato são.

Fonte: Martins Fontes Paulista

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Un defeito de cor - Ana Maria Gonçalves



Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas

Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens, Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura voraz, que prende a atenção do leitor da primeira à última página.

Fonte: Record


quinta-feira, 26 de maio de 2022

Isaac Asimov

Isaac Asimov (1920-1992) foi um escritor norte americano, considerado um dos mais importantes escritores de ficção científica do século XX.

Isaac Asimov nasceu em Petrovisk, Rússia, no dia 2 de janeiro de 1920. Com três anos de idade, mudou-se com a família para os Estados Unidos onde foi criado no bairro do Brooklin, em Nova York. Em 1928, naturalizou-se cidadão americano. Seu interesse pela ficção científica começou ainda menino. Com 14 anos, publicou sua primeira história em um jornal do colégio.

Formação

Em 1935, Isaac Asimov iniciou o curso de Química na Universidade de Colúmbia. Em 1939, concluiu a graduação. Ainda em 1939, Isaac Asimov vendeu seu primeiro conto, “Marooned off Vesta”, para a revista Amazing Stories. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu como químico, na Estação Experimental Naval Air na Filadélfia. Em maio de 1945 publicou o primeiro conto da saga “Fundação”, na revista Astounding Scienfe Fiction.

Em 1948, Isaac Asimov conclui o doutorado em Bioquímica, pela Universidade de Columbia. No ano seguinte tornou-se professor de Bioquímica na Faculdade de Medicina da Universidade de Boston. Em 1958, Asimov deixou o cargo na universidade, para se dedicar inteiramente à sua atividade de escritor.

Livros Mais Populares

Isaac Asimov se tornou conhecido por suas histórias de ficção científica. O Robô foi o assunto favorito do escritor. Suas obras mais famosas e populares estão nas séries: Robôs, Império e Fundação. Dentro da série Robô, Asimov publicou: “Eu Robô” (1950), “As Cavernas de Aço” (1954), “O Sol Desvelado” (1957) e “Os Robôs do Amanhecer” (1983).

Série Robô

Em 1950, Isaac Asimov publicou o primeiro livro da série Robô, intitulado “Eu, Robô”, que se tornou um clássico da ficção científica, onde em uma série de nove histórias, o autor narra o desenvolvimento dos robôs, desde o seu começo no estado natural, em meados do século XX, até o estado de extrema perfeição, em que robôs governam o mundo dos homens, no seu próprio interesse.

Nessa obra, o autor introduziu as três leis fundamentais da robótica:

1 – um robô não pode causar dano a um ser humano, nem por omissão permitir que um ser humano sofra.

2 – um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos, exceto quando essas ordens entrarem em conflito com a primeira lei.

3 – um robô deve proteger sua própria existência, desde que essa proteção não se choque com a primeira nem com a segunda lei da robótica.

Série Império

A “Série Império” é formada de três livros que deve seguir uma ordem cronológica de leitura, são eles: “The Stars, Like Dust” (1951), “As Correntes do Espaço” (1952) e “Pedras no Céu” (1950).

Série Fundação

A série “Fundação” de Isaac Asimov teve início com a trilogia: “Fundação” (1951), “Fundação e Império” (1952) e “Segunda Fundação” (1953). A obra foi eleita, em 1966, como a melhor série de ficção científica e fantasia de todos os tempos. A trilogia conta a história da humanidade, em um ponto distante no futuro, no qual o visionário cientista Hari Seldon prevê a destruição total do império humano e de todo o conhecimento acumulado por milênios. Incapaz de impedir a tragédia, ele arquiteta um plano ousado, no qual é possível reconstruir a glória dos homens.

Depois de quase 30 anos, Isaac Asimov escreveu uma extensão da “Trilogia Fundação” procurando inserir cada livro na linha cronológica do “Universo”, são eles: “Limites da Fundação” (1982), “Fundação e Terra” (1986), “Prelúdio Para Fundação” (1988) e “Origens da Fundação” (1993).

Os Robôs e o Império

Em seu livro “Os Robôs e o Império”, publicado em 1985, Asimov mescla suas três populares séries – Robôs, Fundação e Império. Na obra, o autor situa sua ação 200 anos após os acontecimentos narrados em Os Robôs do Amanhecer. Seus personagens são os já conhecidos defensores das forças do mal, o doutor Kendal Amadiro e os Eapaciais, que então haviam sido derrotados por Elijah Baley, o grande herói dos três primeiros romances de Robôs.

Isaac Asimov publicou quase 460 livros, entre romances, contos e publicações de divulgação científica. Seu nome tornou-se familiar tanto para leitores de ficção científica como para cientistas. Sua linguagem simples abriu as portas das descobertas científicas para um público leigo.

Isaac Asimov faleceu em Nova York, Estados Unidos, no dia 6 de abril de 1992, vítima da AIDS, contraída através de uma transfusão de sangue.

Filmes

  • O Homem Bicentenário – é um filme baseado no livro do mesmo nome, publicado em 1976, que foi lançado nos cinemas em 1999, estrelado por Robim Williams, recebendo vários prêmios.
  • Eu Robô – é um filme baseado no livro do mesmo nome, publicado em 1950, que foi lançado nos cinemas em 2004, tendo como protagonista o ator Will Smith.

Frases de Isaac Asimov

  • A violência é o último refúgio do incompetente.
  • Na vida, ao contrário do xadrez, o jogo continua após o xeque-mate.
  • Espera mil anos e verás que será precioso até o lixo deixado atrás por uma civilização extinta.
  • Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los.
  • Suas premissas são as suas janelas para o mundo. Tente limpá-las de vez em quando, ou a luz não entrará.
Fonte: ebiografia